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Tem cubano no pedal da Zona Sul

É um cara de sorriso fácil. Acostumado a lidar com gente, ele andava se sentindo meio sozinho aqui no Sul, mas foi o ciclismo que mudou isso. Carlos Labado é médico cubano e está no Brasil trabalhando pelo programa Mais Médicos. Num país diferente, de cultura diferente, com tanta gente desconhecida, ele sentia falta de relacionamentos além do trabalho. Era a vida social que lhe faltava. Mas quando começou a pedalar e interagir com a turma do pedal, esta lacuna que estava aberta na nova vida no Brasil foi preenchida.

Carlos, ou Cubano como é chamado pelos amigos, chegou à Camaquã em 2014 junto com a esposa para trabalhar em uma das unidades de saúde do Município. Logo que chegou a bicicleta se tornou um passatempo nos horários de folga. “Como toda criança sempre pedalei. Mas pedalar assim comecei aqui no Brasil”, conta o médico. Sabendo do gosto dele por pedalar, foram os colegas do posto de saúde que lhe indicaram a Triplo xXx. E assim ele fez. “Logo fui muito bem recebido e comecei a pedalar com o pessoal da equipe. E ai veio o convite para entrar para a equipe”, relembra o médico que se diz uma pessoa bem mais feliz por ter, através do ciclismo, a vida social que lhe fazia tanta falta longe da terra natal. “Nós nos sentíamos muito sozinhos. Não é só uma equipe, somos um grupo. Poder pedalar com a Triplo me possibilitou fazer esta interação social, ter amigos e compartilhar estes momentos”, conta ele agradecido.

Em 2016 Carlos está competindo na categoria iniciante do Campeonato Zona Sul de Mountain Bike. Começou bem, foi terceiro colocado em Cristal e quinto em Arambaré na categoria com maior número de atletas. Não competiu em Pedro Osório, pois, de férias, aproveitou para visitar a família em Cuba. “Não largo mais o ciclismo. Sempre gostei, mas não tive a oportunidade de correr. Isso eu tive aqui entrando para a equipe, foi como poder realizar um sonho”, reflete.

O médico ciclista fica mais um ano em Camaquã, quando chega ao fim seu contrato. Certamente deixará muitos amigos do pedal com saudades, assim como ele, claro, sentirá falta dos novos companheiros. Mas tem algo precioso que ele levará na bagagem que todo ciclismo certamente entende bem: “A melhor recordação do Brasil será a bike e os amigos do pedal”, garante. Mas enquanto a partida não chega, ele aproveita para pedalar com a turma que tem lhe feito tão bem.

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